DESCÍUMEI
...pois existe a Natureza do Ser...
E existe a aprendizagem... o caminho... a ida sem desvinda...
E existes Tu...
E existem todas as outras coisas que Te rodeiam...
E existo Eu...
Esse Eu por vezes esquecido no meio de todos os marasmos...
Esse Eu que quando se recorda que existe... fica ansioso...
Esse Eu que desaparece no meio de todos os mares e que ressuscita apunhalado por ondas...
Esse Eu emprurrado por todas as vagas e transparente como caranguejos pequeninos do Brasil...
Esse Eu que tinha a mania que todos so grãos da praia poderiam ser controlados e que todos esses grãos tinham lógica...
Esse Eu que sonhava dormir no meio da brisa beijado pelas gotículas...
Esse Eu que julgava que Tu eras o meu crepúsculo... Só meu...
Desmantelou-se e viu que esse belo deveria ser admirado por toda a gente...
E que mesmo assim não deixava de ser só meu...
Descíumei...
Finalmente!...
Toda a tua liberdade dentro de toda a minha liberdade...
Dentro não! Fora!
Dentro e Fora... Só assim é plena!...
Só assim és toda Tu e só assim me recordo mais vezes do Eu... Do Teu Eu...
Esse que transpira feito homem e que teimava em esconder-se...
Em resguardar-se...
Em desmoronar-se...
E que aprendeu a reconstruir-se...