terça-feira, 28 de agosto de 2007

Ao longe o céu mima o mar...
Pura ilusão de óptica...
Por existir, o Mar é obrigado a espelhar o céu...
E nada mais do que isso!...

Provavelmente por isso me diziam que o Mar é infinito...
Acreditava...
Sonhava amor como mares...
Sempre espelhos...
Sempre infinitos...
Marés...

Se alguma vez eu te disser que quero que sejas mar...
Não respondas que desejas que eu seja céu...
Se o disseres, desenha pelo menos nuvens, para que as minhas lágrimas te possam tocar...
Ou então prepara-te para sentir todos os horizontes...

Dionísio vs. Apolo

Dionísio e o simbolismo cambaleante, mas feliz... Apolo e a sua

diocesiana // apolítica

domingo, 26 de agosto de 2007

a evolução


A esposa de Darwin, Ema de seu nome, mãe de 10 filhos...
Aturava e aturava as constantes mutações de humor de seu marido, que durante anos não recebeu nem sequer um amigo em casa...
Ema aguentou tudo isto... com firmeza, paciência e devoção... e com a enorme barba do Senhor Darwin...
E lá ficamos nós a saber, em meados do século XIX, que o Homem descende do macaco... Darwin recebe ordens de expulsão, são-lhes retirados diplomas... mas Ema continua a evoluir com o seu marido...

Será que ainda existem mulheres / homens Ema?!
Ou estaremos a evoluir para um Darwinismo em que já não queremos receber mais ninguém?

Eu quero seguir vivendo Amor...
Porquê não?!!!

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

...gu(d)eixa


Duas irmãs... uma muito madeira, outra muito água...
Eu... tento flutuar... e já não sou casa bêbada...
Há dias que me apetece apanhar o comboio que vejo lá em baixo no vale... Nem que seja na companhia do Senhor Tanaka...
Hoje sou Suzuki... Uma percazinha... acabada de pescar e ouvindo alguém cantar...
Que chegues depressa a Buda...
Buda és tu...
Coloca-me de novo no teu rio e abre a nossa foz... Não me deixes sufocar...

No início da história de uma gueixa...

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

gloomy sunday


...o último folego do meu coração será para abençoar-te...
...esperei-te até que o último dos meus corações se despedaçou...

Um conjugação de Diamanda Galas e Billie Holiday...

Cujos poemas são:
Diamanda Galas
Sadly one Sunday, I waited and waited
With flowers in my arms, for the grief I'd created
I waited 'til dreams like my heart were all broken
The flowers were all dead and the words were unspoken
The grief that I knew was beyond all consoling
The beat of my heart was a bell that was tolling
Saddest of Sundays

Then came the Sunday when you came to find me
They brought me to church and I left you behind me
My eyes would not see what I wanted to love me
The earth and the flowers of the lover above me*
The bell tolled for me and the wind whispered 'never'
But you I have loved and I bless you forever
Last of all Sundays

Billie Holiday
Sunday is gloomy,
My hours are slumberless
Dearest the shadows
I live with are numberless
Little white flowers
Will never awaken you
Not where the black coaches
Sorrow has taken you
Angels have no thoughts
Of ever returning you
Wouldn’t they be angry
If I thought of joining you?

Gloomy sunday

Gloomy is sunday,
With shadows I spend it all
My heart and i
Have decided to end it all
Soon there’ll be candles
And prayers that are said I know
But let them not weep
Let them know that I’m glad to go
Death is no dream
For in death I’m caressin’ you
With the last breath of my soul
I’ll be blessin’ you

Gloomy sunday

Dreaming, I was only dreaming
I wake and I find you asleep
In the deep of my heart here
Darling I hope
That my dream never haunted you
My heart is tellin’ you
How much I wanted you
Gloomy sunday

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

desfolha-te


Desfolha-te!
O Verão já quase ondou...
E perene só o nós...
Este chão de sombra já escureceu demais o sangue...

Húmus e humidade...
Já farto de enterrar unhas nessa lama está meu tronco...

Desfolha-te...
Roça o som da partitura de tuas folhas
Na planta de meus pés...
Não, não quero que caiam como lágrimas...

Olhaste-me como uma montanha que faz o vento subir...
Monta!...

Dessolei...
Sentia as pingas de lama que escorriam de meus pés...
Açúcar que ocupa voids particulares...
Descaramelizei...

Já pele morta nasce em mim...
Um novo ser esfol(h)iado...

terça-feira, 14 de agosto de 2007

para alguém de coração gélido

sem outras palavras...

http://www.youtube.com/watch?v=ytADXZFzwH8&mode=related&search=

I ripped your heart out from your chest
replaced it with a grenade blast
incinerate
firefighters hose me down
i don't care i'll burn out anyhow
it's false alarm girl nothing to see
hear the sirens come for me
you dosed my soul with gasoline
you flicked a match into my brain
incinerate
the firefighters are so nice
i remember you so cold as ice
now flames are licking at your feet
sirens come to put me out of misery
you wave your torch into my eyes
flamethrower lover burning mind
incinerate

no acaso dos paralelos



A rua era de paralelos... inclinada como qualquer rua que beija uma encosta... alegre como qualquer rua de paralelos do século passado... com putos que jogavam à bola... com bolas que saltavam para o campo murado do lavrador... que como qualquer lavrador era destemido...

Por castigo aos castigos que impunham aos putos por saltarem muros... estes decidiam urinar o muro do lavrador quando vinham da escola a caminho de casa... e riam... fazendo desenhos com os sais...

Por gravidade o "xixi" que saía da "lóló" ía beijando os paralelos e descendo a rua molhando a sola das galochas... o mais engraçado é que apesar dos graffitis do século passado serem sempre diferentes, o traçado que o líquido percorria era também sempre diverso... apesar dos paralelos serem sempre os mesmos... será por acaso que o líquido escolhe o seu caminho?...
Ou terão os paralelos, fartos de serem atirados com todas as urinações, combinado colocarem-se de forma diversa?

Por vezes observava a chuva.. e era a mesma coisa...
Naqueles chuvisquinhos... havia paralelos que ficavam molhados... e outros mantinham-se secos... ou somente eram amaciados por uma pinguinha...
Seria por acaso?!

Vai abraço
JV

êxtase

Fico cego...
Até trincar-te... Apeteces-me tanto...

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

acordei


...continuo a acordar com um pesar nos olhos, como se de uma alergia se tratasse...
Estou a ficar alérgico ao sentimento mais puro... não posso Amar!...
Magoa-me o Amor... estou a transformar-me nos demais...
Esqueço-me tantas vezes de deixar respirar a vida!...
Será que toda a gente tem medo de Amar?!
Será que toda a gente gosta de passar Domingos no zapping?
Sem almoçar, sem jantar... só com uma roca e um pacote de manteiga por companhia...
Ainda bem que o salmão estava descongelado!... e que uns raiozinhos de sol estavam sentados na mesa do café...
Ah! e os talheres estavam lavados!
Ainda liguei o ferro e passei uns polos... e limpei o carro e os sapatos...
Isto tudo para conseguir estar exteriormente belo para quando estivermos juntos...
E a barba? sempre impecável...
Não, não pico...
Fui picado pelas abelhas!...

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

adormecer


Por vezes o adormecer torna-se tão fastidioso...
O cansaço é a forma que o corpo achou para ensinar o cérebro...
A inconstância de outros como nos pode fazer perder...
Ou como diz Cavalli... pode fazer-nos ganhar "an angry, an ambition that can not be stopped"...
Não parar...
Eu quero parar...
Ter paz...
É isso que o meu corpo me pede, mas o cérebro teima em não aprender...
Ainda por cima o coração acompanha-o... esse bandido!...

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

quase ao mudar de casa


Estou quase a mudar de casa...
Deixar de novo todos para trás... e reiniciar vida nova...
Por vezes tenho receio deste termo... vida nova...
Parece alguém que para desenvolver tem que apagar o ser anterior... e renascer num novo ser...
As fronteiras do ser...
Já não sou nada do que era antes.. sou um ser novo... como se isso fosse possível!...
Há um ser que diz que é... e é o ser que eu mais creio!...
Mudar de casa, mudar de ser... e ser eu!...
O teu eu...

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