Chaises longues
Ainda procuramos colchão...
Tantos colchões há por aí e tão caros!...
Até para dormir temos que pagar e bem!...
Visco elásticas - parece um nome de cola - sinto-me grudado ao colchão... passo!
Espuma - parece-me a fábrica de sofás na qual tantas vezes desfolhei a palha e brinquei com agrafadores de ar comprimido... as pistolas de outrora... gosto!
Molas ensacadas - isto sim... coisa boa... gosto! e imagino-as todas juntinhas e quentinhas a aqucerem-nos o corpo!...
Latex - Só se for misturado com espuma - só latex, parece que estou deitado num acoplamento de preservativos... por isso tem que ser latex misturado com espuma... sinto-me escorregar...
Molas bicónicas - imagino chifres quando penso em molas bicónicas. passo!
Ah! depois temos os tecidos de revestimento e os respiros... claro que os tecidos para os homens dos colchões não lhes interessa muito - quase todos os colchões são brancos ou quase, uns têm aloé vera e uns materiais anti-ácaros - como se os ácaros se importassem... Até os desenhos são quase todos iguais... aqui não há grande escolha, mas não quero sentir-me áspero... quero coisa tipo a tua pele!...
No caso dos respiros... parece que funcionam como extensões da respiração dos nossos corpos... parece que transbordam paz... Adoro os respiros do colchão... e queria sem válvulas, até porque gostamos de respirar livremente... e as vávulas e os filtros cheiram-me a casa suja e carregada de pó... e a prisão!... passo as válvulas e os filtros!... e depois as molinhas ensacadas começam a suar se o respiro não for livre... e ficam muito quentes, coitadinhas...
Bem... ficamos então com um colchão de molas ensacadas revestido com uma mistura de espuma e latex?... Claro, com uma boa altura de resvestimento até porque quero que fiquemos nas nuvens... e no "molinho"...
Pois e se derem duas chaises longues... melhor!...
E acordar de manhã, ou quando seja... e...
Ouvir o som do quebrar de folhas na estrada do Sol!...
"É de manhã
Vem o sol
Mas os pingos da chuva
Que ontem caíram
Ainda estão a brilhar
Ainda estão da dançar
Ao vento alegre
Que me traz esta canção
Quero que você
Me dê a mão
Vamos sair por aí
Sem pensar
No que foi que sonhei
Que chorei, que sofri
Pois a nova manhã
Já me fez esquecer
Me dê a mão
Vamos sair pra ver o sol"
Um belo dia!... e muitas belas noites bem!...
2 Comments:
"Uma das leis cómicas da vida é a seguinte: é amado não quem dá, mas quem exige. Quer dizer, é amado aquele que não ama, porque quem ama dá. E compreende-se: dar é um prazer mais inesquecível do que receber; a pessoa a quem damos, torna-se-nos necessária, quer dizer que a amamos. Dar é uma paixão, quase um vício. A pessoa a quem damos, torna-se-nos necessária."
Cesare Pavese, in 'O Ofício de Viver'
Piaceri Notturni
Anche noi ci fermiamo a sentire la notte
nell'istante che il vento è più nudo: le vie
sono fredde di vento, ogni odore è caduto;
le narici si levano verso le luci oscillanti.
Abbiam tutti una casa che attende nel buio
che torniamo; una donna ci attende nel buio
stesa al sonno; la camera è calda di odori.
Non sa nulla del vento la donna che dorme
e respira, il tepore del corpo di lei
è lo stesso del sangue che mormora in noi.
Questo vento ci lava, che giunge dal fondo
delle vie spalancate nel buio; le luci
oscillanti e le nostre narici contratte
si dibattono nude. Ogni odore è un ricordo.
Da lontano nel buio sbucò questo vento
che s'abbatte in città: giù per prati e colline,
dove pure c'è un'erba che il sole ha scaldato
e una terra annerita di umori. Il ricordo
nostro è un aspro sentore, la poca dolcezza
della terra sventrata che esala all'inverno
il respiro del fondo. Si è spento ogni odore
lungo il buio, e in città non ci giunge che il vento.
Torneremo stanotte alla donna che dorme,
con le dita gelate a cercare il suo corpo,
e un calore ci scuoterà il sangue, un calore di terra
annerita di umori: un respiro di vita.
Anche lei si è scaldata nel sole e ora scopre
nella sua nudità la sua vita più dolce,
che nel giorno scompare, e ha sapore di terra.
Cesare Pavese
;)
This bus is too crowded
sorry
Fui
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